sexta-feira, 28 de março de 2014

O Reino Fungo

O reino Fungi é um grupo de organismos eucariotas, que inclui micro-organismos tais como
as leveduras, os bolores, bem como os mais familiares cogumelos.
Os fungos são classificados num reino separado das plantas, animais e bactérias. Uma
grande diferença é o facto de as células dos fungos terem paredes celulares que
contêm quitina, ao contrário das células vegetais, que contêm celulose. Estas e outras
diferenças mostram que os fungos formam um só grupo de organismos relacionados entre
si, denominado Eumycota (fungos verdadeiros ou Eumycetes), e que partilham um ancestral
comum (um grupo monofilético). Este grupo de fungos é distinto dos estruturalmente
similares Myxomycetes (agora classificados em Myxogastria) e Oomycetes. A disciplina
da biologia dedicada ao estudo dos fungos é a micologia, muitas vezes vista como um ramo
da botânica, mesmo apesar de os estudos genéticos terem mostrado que os fungos estão
mais próximos dos animais do que das plantas.
Abundantes em todo mundo, a maioria dos fungos é inconspícua devido ao pequeno tamanho
das suas estruturas, e pelos seus modos de vida crípticos no solo, na matéria morta, e
como simbiontes ou parasitas de plantas, animais, e outros fungos. Podem tornar-se
notados quando frutificam, seja como cogumelos ou como bolores. Os fungos desempenham
um papel essencial na decomposição da matéria orgânica e têm papéis fundamentais nas
trocas e ciclos de nutrientes. São desde há muito tempo utilizados como uma fonte direta
de alimentação, como no caso dos cogumelos e trufas, como agentes levedantes no pão, e
na fermentação de vários produtos alimentares, como o vinho, a cerveja, e o molho de soja.
Desde a década de 1940, os fungos são usados na produção deantibióticos, e, mais
recentemente, várias enzimas produzidas por fungos são usadas industrialmente e em
detergentes. São também usados como agentes biológicos no controlo de ervas daninhas e
pragas agrícolas. Muitas espécies produzem compostos bioativoschamados micotoxinas,
como alcaloides e policetídeos, que são tóxicos para animais e humanos. As estruturas
frutíferas de algumas espécies contêm compostos psicotrópicos, que são
consumidos recreativamente ou em cerimónias espirituais tradicionais. Os fungos podem
decompor materiais artificiais e construções, e tornar-se patogénicos para animais e
humanos. As perdas nas colheitas devidas a doenças causadas por fungos ou à deterioração
de alimentos pode ter um impacto significativo no fornecimento de alimentos e nas
economias locais.
O reino dos fungos abrange uma enorme diversidade e táxons, com ecologias, estratégias
de ciclos de vida e morfologias variadas, que vão desde os quitrídios aquáticos unicelulares
aos grandes cogumelos. Contudo, pouco se sabe da verdadeira biodiversidade do reino
Fungi, que se estima incluir 1,5 milhões de espécies, com apenas cerca de 5% destas
formalmente classificadas. Desde os trabalhos taxonómicos pioneiros dos séculos XVII e
XVIII efetuados por Lineu, Christiaan Hendrik Persoon, e Elias Magnus Fries, os fungos
são classificados segundo a sua morfologia (i.e. caraterísticas como a cor do esporo ou
caraterísticas microscópicas) ou segundo a sua fisiologia. Os avanços na genética
molecular abriram o caminho à inclusão da análise de ADN na taxonomia, o que desafiou por
vezes os antigos agrupamentos baseados na morfologia e outros traços.
Estudos filogenéticos publicados no último decénio têm ajudado a modificar a classificação
do reino Fungi, o qual está dividido em um sub-reino, sete filos e dez subfilos.

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